sexta-feira, julho 14, 2017

SAÚDE: Pacientes fazem fila na porta do Hospital das Clínicas

Acumulando demandas de 2016, hospital tenta "gerenciar o caos". Superintendência explicou que estuda organizar um mutirão para agilizar atendimentos

Por: Portal FolhaPE

Pacientes passam noites em fila aguardando por exames no Hospital das Clínicas, no RecifeFoto: Rafael Furtado/ Folha de Pernambuco
Uma imensa fila de pacientes se formou no Hospital das Clínicas (HC), Zona Oeste do Recife, na manhã desta sexta (14). Pessoas que estão no local há dois dias, que passaram a madrugada inteira aguardando - todos em busca de atendimento médico, marcação e realização de exames. "Saí de casa às 2h da madrugada e estou aqui desde às 4h sem saber se vou conseguir ser atendida. A gente não recebe nem resposta", disse Blaini dos Santos Roseno, 63 anos, moradora de Amaraji, que quer marcar uma ultrassonografia desde fevereiro passado.

Segundo superintendente do HC, Frederico Jorge Ribeiro, durante o ano de 2016, o hospital contou apenas com dois equipamentos. "Com os investimentos que foram feitos ano passado, conseguimos mais equipamentos. De janeiro pra cá, temos cinco funcionando plenamente. mas temos uma demanda acumulada. A partir de agora estamos abrindo para o público externo", explicou. "É gerenciar o caos", resumiu.

Hipertensa e diabética, Neusa Maria da Silva, 49, saiu de casa na esperança de marcar um exame de tireóide. "Já dei três viagens perdidas. Vim pelo meio da lama e quando chego aqui é desse jeito, não tem nem lugar pra sentar", desabafou. Ribeiro disse à Imprensa que "tentaria" providenciar cadeiras.

"É um fato lamentável (ter gente dormindo na fila há dois dias). Já tínhamos pensado nisso e estamos organizando um mutirão, uma ação, nesse sentido. Mas nossa capacidade é uma e a demanda, muito maior do que a gente pode atender", justificou o superintendente. Ele afirmou que uma equipe vai pegar nome e contato dos pacientes na fila e, "a medida que for evoluindo o atendimento", eles será chamados. "Vamos estudar uma forma de marcar (por telefone) sem precisar da fila, mas ressalto que o volume é muito maior que a nossa capacidade. Filas sempre haverá".

Pacientes portadores de neoplasias e os que estão aguardando transplantes terão prioridade na marcação e realização desses exames, segundo Ribeiro. O HC tem um contrato com o Governo do Estado que prevê realização de 1.350 exames por mês e, de acordo com Ribeiro, o hospital tem conseguido cumprir "mais de 87%" desse quantitativo. "Acredito que, com os equipamentos, vamos conseguir 100%. Mas lembro que, para superar isso, vamos ter que repactuar com o Estado uma suplementação de recursos para cobrir os custos".

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